O Gueto em Veneza sempre me afascinou por diversos motivos, um deles é a formação urbanística, é um microcosmo dentro do bairro de Cannaregio. Edifícios mais altos do resto de Veneza e espaços mais reduzidos, afinal deveria abrigar os judeus provenientes da Alemanha e Sul da Itália que se transferiam na cidade. Além daqueles provenientes da Espanha e Portugal, que eram grandes comerciantes. Neste microcosmo habitavam 5 mil pessoas.
Antes de mais nada, é importantíssimo dizer que no período da Sereníssima, o Gueto hebraico de Veneza foi a primeira formação de um gueto na história tanto que o nome gueto deriva da comunidade hebraica veneziana. A partir do século 13, os judeus foram excluídos de exercer as atividades primárias e começaram a exercer uma das poucas atividades que podiam, emprestar dinnheiro por meio da penhora.
Com certeza, este é um dos roteiros que mais amo fazer. Se respira um outro ar, principalmente no Campo del Ghetto Nuovo, uma praça redonda com uma luz muito particular de manhã, e ali encontra-se o Banco Rosso e semana passada, tive a oportunidade de conhecê-lo no coração do Gueto hebraico veneziano.
Fiquei muito impressionada com a energia do local, se respira ainda a história econômica da época da Sereníssima (República).
Os chamados bancos eram locais onde se penhoravam os seus objetos mais importantes em troca de moeda. Por isso, uma grande energia paira no Banco Rosso, era ali que se reabria uma esperança na sobrevivência das pessoas daquela época.
Geralmente, o gueto é uma comunidade fechada, mas o Gueto em Veneza tinha uma característica muito marcante que o diferencia também dos outros guetos, era um lugar onde existia uma união pacífica com as outras comunidades residentes na cidade.
Os bancos dos judeus foram importantíssimos para a economia da Sereníssima, que estava no seu declínio. Em 1616, era um lugar de grande comércio e com a invasão napoleônica, século 19, os judeus foram emanciapados e podiam exercer outras atividades.
Naquela época existiam 3 bancos: Banco Rosso (Vermelho), Banco Verde (Verde) e Banco Nero (Preto). E eram denominadas assim pela cor dos recibos.
BANCO ROSSO
Atualmente, o Banco Rosso é uma exposição permanente com objetos históricos e remanecentes da época (prataria, joias e até mesmo cabelos – que valiam muito), registro de contas (com o valor de cada objeto) e um video de 8 minutos na qual narra o período e a formação do gueto, contando 600 anos de história. O vídeo é muito interessante e disponível nas linguas italiano, hebraico e italiano. E daqui a pouco, estarão disponíveis em outras lís também.
O banco rosso ficava aberto das 09:00 à meia noite e quem ainda nos recebe é o Condutor, que era a pessoa responsável por avaliar os objetos. E está ali para nos receber…
Vale muito a pena para judeus e não judeus conhecer este lugar muito fascinante e repleto de histórias.
Alimentos kosher
é possível comprar vinhos, cervejas e biscoitos venezianos kosher.
Além de serem kosher, os vinhos são produzidos em Lison di Pra Maggiore e são biológicos. As cervejas (hummm, fiquei com muita vontade) são produzidas na região de Treviso. Tem uma vermelha feita de radicchio, que fiquei bem curiosa de experimentar!
A comunidade hebraica de Venu neza é composta por 450 pessoas e eles estão promovendo também eventos / palestras e é aberta a todas as pessoas. E são divulgadas mês por mês, portanto siga o blog Onde está Andrea e confira os eventos.
Para reservar, é necessário ligar para o número +39/041 740317 mas se você precisar de ajuda, estou à disposição.
A exposição permamente é aberta todos os dias com exceção do sábado das 10:00 às 18:00
Na sexta, fecha um pouquinho antes.
Preço: Euro 2,00 por pessoa
Ingresso + Vinho (1 taça) = Euro 5,00
Ingresso + Vinho / biscoitos = Euro 10,00
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